terça-feira, 1 de janeiro de 2013

1 jan 2013

Por conta do temporal, Sheila saiu apressada do táxi. Tentava se proteger com a bolsa sobre a cabeça, para que ao menos seus cabelos permanecessem secos. Acabou molhada da mesma forma, pois precisou procurar a chave de casa.
O chuveiro quente devolvia toda a suavidade que havia sido afogada pela chuva. E ela se pegava pensando há quanto tempo não tinha um jantar tão agradável. Henrique estava num humor tão bom, que dava pra se esquecer o quanto eles vinham brigando. Henrique abria um sorriso tão largo e sincero, que ficava até bonito. Henrique não era bonito... Mas era dela. E como a noite havia sido ótima, Sheila não queria pensar nisso. Pensava é que deveriam morar juntos. Porque noites assim não mereciam acabar em despedida.
De frente pro espelho, toalha enrolada, secava os cabelos quando viu o celular vibrar e piscar. Trocou a escova pelo telefone, sem desligar o secador na outra mão. “Te amo!”, dizia a mensagem de Henrique. Afastou o secador e digitou “EU TE AMO!”, por mais que pudesse parecer repetitivo. Retomou a escova, olhando para o espelho, com o secador ligado e o sorriso também.
Pegou-se pensando que após uma noite comum, responderia apenas “eu também”.  Só que aquela tinha sido uma noite para letras maiúsculas e declarações completas, de coração.
Sheila não sabia um monte de coisas, mas tinha uma profunda certeza sobre as diferenças que há entre um “eu te amo” e um “eu também”.

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